Paulo Freire


Paulo Freire - Obra e Vida

BIOGRAFIA
INFÂNCIA
No dia 19 de setembro de 1921, Paulo Reglus Neves Freire, nascido na Estrada do Encanamento, nº 21, bairro de Casa Amarela, no estado do Recife, filho do capitão da Polícia Militar de Pernambuco Joaquim Temístocles Freire e Edeltrudes Neves Freire.

Foi alfabetizado orientado por sua mãe, no quintal da casa onde nasceu “à sombra das mangueiras e tendo o chão por quadro negro e gravetos como giz” foi assim, dessa forma que aprendeu a ler e também a escrever.   Aos dez anos, mudou-se para o município de Jaboatão que hoje Jaboatão dos Guararapes cidade próxima do Recife, onde concluiu o curso o primário. Iniciou o ginásio no Colégio 14 de Julho, concluindo-o no Colégio Oswaldo Cruz, ambos no Recife, desde a sua adolescência já era conhecido como Paulo Freire,

VIDA  PROFISSIONAL

Iniciou sua carreira no magistério no Colégio Oswaldo Cruz, como professor de língua portuguesa, De 1947 a 1954, exerceu o cargo de diretor do setor de Educação e Cultura do Sesi, e de 1954 a 1957, o de superintendente do órgão.
No final de 1959, obteve o título de doutor em Filosofia e História da Educação, defendendo a tese Educação e atualidade brasileira.
Foi nomeado, em 1960, professor efetivo de Filosofia e História da Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade do Recife (atual Universidade Federal de Pernambuco) e, em 1961, professor livre-docente da disciplina História e Filosofia da Educação da Escola de Belas Artes do Recife.
Com o Golpe Militar de 1964, o método de Paulo Freire foi considerado perigoso e por conta disso o proibiu de continuar. Preso pela ditadura e acusado de subversivo Paulo Freire foi , permanecendo 70 dias detido em várias selas, entre as cidades do Recife e de Olinda.
Foi forçado a exilar-se, indo inicialmente para a Bolívia, daí para Santiago do Chile, onde ficou por quase cinco anos, retornando a sua prática pedagógica,  escreveu sua primeira obra publicada comercialmente, Educação como prática de liberdade, assim como sua obra mais conhecida, Pedagogia do oprimido.  
Temendo os terremotos, mudou-se para Genebra, na Suíça, onde foi consultor e professor universitário, depois de quase 16 anos de exílio, retornou ao Brasil e ao Recife em 1980.
Mudou-se para São Paulo, onde foi professor da Universidade de Campinas – Unicamp de 1980 até 1990.
Ocupou o cargo de Secretário da Educação da Cidade de São Paulo, de janeiro de 1989 a maio de 1991.
Aos setenta anos de idade, em 1991, recebeu muitas homenagens, em diversas partes do mundo.



MÉTODO PAULO FREIRE


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O Método Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de adultos, Foi desenvolvido em 1962 quando Freire era o diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife onde formou um grupo para testar o método na cidade de Angicos, RN onde alfabetizou 300 cortadores de cana em apenas 45 dias, isso porque o processo se deu em apenas 40 (quarenta) horas de aula e sem cartilha. Freire criticava o sistema tradicional, o qual utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o ensino da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa, que comumente se denomina como linguagem de cartilha, por exemplo: Eva viu a uva, o boi baba, a ave voa, dentre outros.



Etapas do método

1.Etapa de Investigação: Busca conjunta entre professor e aluno das palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo vocabular e da comunidade onde ele vive.

2.Etapa de Tematização: momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos significados sociais dos temas e palavras.

3.Etapa de Problematização: etapa em que o professor desafia e inspira o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada.




O método

·         As palavras geradoras: o processo proposto por Paulo Freire inicia-se pelo levantamento do universo vocabular dos alunos. Através de conversas informais, o educador observa os vocábulos mais usados pelos alunos e a comunidade, e assim seleciona as palavras que servirão de base para as lições. A quantidade de palavras geradoras pode variar entre 18 a 23 palavras, aproximadamente. Depois de composto o universo das palavras geradoras, elas são apresentadas em cartazes com imagens. Então, nos círculos de cultura inicia-se uma discussão para significá-las na realidade daquela turma.
·         A silabação: uma vez identificadas, cada palavra geradora passa a ser estudada através da divisão silábica, semelhantemente ao método tradicional. Cada sílaba se desdobra em sua respectiva família silábica, com a mudança da vogal. (i.e., BA-BE-BI-BO-BU)
·         As palavras novas: o passo seguinte é a formação de palavras novas. Usando as famílias silábicas agora conhecidas, o grupo forma palavras novas.
·         A conscientização: um ponto fundamental do método é a discussão sobre os diversos temas surgidos a partir das palavras geradoras. Para Paulo Freire, alfabetizar não pode se restringir aos processos de codificação e decodificação. Dessa forma, o objetivo da alfabetização de adultos é promover a conscientização acerca dos problemas cotidianos, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social.
As fases de aplicação do método

Freire propõe a aplicação de seu método nas cinco fases seguintes:

1ª fase: Levantamento do universo vocabular do grupo. Nessa fase ocorrem as interações de aproximação e conhecimento mútuo, bem como a anotação das palavras da linguagem dos membros do grupo, respeitando seu linguajar típico.
2ª fase: Escolha das palavras selecionadas, seguindo os critérios de riqueza fonética, dificuldades fonéticas - numa seqüência gradativa das mais simples para as mais complexas, do comprometimento pragmático da palavra na realidade social, cultural, política do grupo e/ou sua comunidade.
3ª fase: Criação de situações existenciais características do grupo. Trata-se de situações inseridas na realidade local, que devem ser discutidas com o intuito de abrir perspectivas para a análise crítica consciente de problemas locais, regionais e nacionais.
4ª fase: Criação das fichas-roteiro que funcionam como roteiro para os debates, as quais deverão servir como subsídios, sem no entanto seguir uma prescrição rígida.
5ª fase: Criação de fichas de palavras para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes às palavras geradoras.

 LIVRO FOTOBIOGRÁFICO

Livro ilustrado contando a história desse grande mestre que foi uma própria lição em vida.



OBRAS





1959: Educação e atualidade brasileira: Recife,  Universidade Federal do Recife, 139p. (tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação de Belas Artes de Pernambuco).






1961: A propósito de uma administração: Recife, Imprensa Universitária, 90p. 


   

1961: Livros de exercícios n. 1, 2, 3. Recife, s.n.d.




1961: Primeiro livro do monitor. Recife, s.n.d..


1963. Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma, 








1967: Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C.Weffort. Rio de Janeiro, Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p)



1968: Educação e conscientização: extencionismo rural. Cuernavaca (México): CIDOC/Cuaderno 25, 320 p.






1969: Extensión o Comunicación? La Concientización en el Médio Rural. Prefácio de Jacques Chonchol. Santiago, ICIRA . 109 p.



1970: Pedagogia do Oprimido. New York: Herder and Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 218 p.(23.ed., 1994, 184 p).


1971: O processo de alfabetização política - Uma introdução. In: Paulo Freire. Ação cultural para a liberdade.fevereiro de, p. 86-95.




1971: Conscientisation: Recheche de Paulo Freire. Document de Travail. Paris, Editions d'Alsace, 88 p.




1975: Ação Cultural para Liberdade. Tradução de Claudia Schilling, Buenos Aires: Tierra Nueva. Publicado também no Rio de Janeiro, Paz e terra, 149 p. (8. ed., 1987).


1976: Educación y cambio. Buenos Aires, Búsqueda-Celadec, 88 p. Em português, com      o título: Educação e mudança. Prefácio de Moacir Gadotti e tradução de Lilian Lopes Martin. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1981, (16 ed., 1990), 79 p.



1977:  Extensão ou Comunicação? Tradução de Rosisca Darcy de Oliveira. Prefácio de Jacques Chonchol. Rio de Janeiro, Paz e Terra,1977, 93 p., (11 ed., 2001, 93 p.)




1977: Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (4 ed., 1984), 173 p.


1978: Os cristãos e a libertação dos oprimidos. Lisboa: Edições BASE, 49 p.





1979: Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São Paulo: Loyola.






1979: Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 226 p.




1980: Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé.



1980: Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 102 p.



1981: Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra.





1981: Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

1982: A importância do ato de ler (em três artigos que se completam). Prefácio de Antonio Joaquim Severino. São Paulo: Cortez/ Autores Associados. (26. ed., 1991). 96 p. (Coleção polêmica do nosso tempo).



1982: Sobre educação (Diálogos), Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra ( 3 ed., 1984), 132 p. (Educação e comunicação, 9).



1982: Educação popular. Lins (SP): Todos Irmãos. 38 p.





1983: Cultura popular, educação popular.




1985: Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3ª Edição







1986: Fazer escola conhecendo a vida. Papirus.



1987: Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 168 p. (Educação e Comunicação; v.19).




1987:  Medo e ousadia.Paz e Terra, 1987, 5 ed., 1986. Paulo Freire e Ira Shor.






1988: Na escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação popular. Vozes.


1989: Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (19 ed. 150 p),




1989: Que fazer: teoria e prática em educação popular. Vozes.




1990: Alfabetização - Leitura do mundo, leitura da palavra. Paz e Terra, 1990. Paulo Freire e Donaldo Macedo.



1990: Conversando com educadores. Montevideo (Uruguai): Roca Viva.


1991: A Importância do Ato de Ler - em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora & Autores Associados, 1991. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, v 4)- 80 p.







1991: A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 144 p.





1992: Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra (3 ed. 1994), 245 p.






1993: Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'água. (6 ed. 1995), 127 p.






1993: Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 119 p.





1994: Cartas a Cristina. Prefácio de Adriano S. Nogueira; notas de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: Paz e Terra. 334 p.




1994: Essa escola chamada vida. São Paulo: Ática, 1985; 8ª edição.




1995: À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p.





1995: Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez.







1996: Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.









2000: Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 134 p.